3H Resistência BTT Barcarena


Para esta prova tinha dois objetivos: só parar de pedalar quando não pudesse dar mais nenhuma volta e não deixar que as adversárias mais fortes me dobrassem. Podem parecer objetivos simples mas na verdade não assim tão garantidos quanto isso, especialmente quando temos uma Filomena Paulo e uma Sandra Araújo em prova.

Além disso, tinha uma grande responsabilidade pois com o dorsal que me calhou não queria mesmo fazer má figura eheheheh


Começar uma prova às 16h não é habitual e quando demos por ela já estávamos em cima da hora e como resultado, preparámos tudo à pressa. As bikes seguiram com a lama da última volta e até do isotónico nos esquecemos, acabando por ficarmos totalmente dependentes do abastecimento,

Quando chegámos, o calor que se sentia e a moleza do pós-almoço não davam grande alento para o que nos esperava, mas a vontade lá apareceu com o aproximar da hora do arranque. Mais uma vez tinha muita malta conhecida para cumprimentar e depois de tentar descobrir alguém que tivesse um alicate de grifos para ajudar o amigo André que estava a ver que não tirava a bike de cima do carro, lá fui eu para a linha de partida e aproveitando um buraquinho alinhei-me mesmo nas primeiras posições.


Com o calor que estava não queria apertar muito por mim logo ao início, por isso não ia tentar manter-me na cola de ninguém, mas mesmo sem arrancar com a faca nos dentes só arrancar no meio daquele poderio todo já ia exigir alguma concentração e ia ser um bom treino.


Arranque feito e depois de alguns metros em alcatrão, entro nos trilhos a todo o vapor para descobrir que tinha pela frente mais uma bela dose de areia para não me desabituar. O piso, quase todo com areão solto, era falso nas descidas e exigente nas subidas.


Havia uma única subida a sério. Comprida, empinada, com o sol de chapa e com pouca tração, davam motivos suficientes para que ninguém tivesse muita vontade de a repetir vezes sem conta. Bom, o toda a gente sou eu que estou a dizer, mas pela parte que me toca, bem que pedi o elevador sempre que a iniciava ao voluntário que lá estava a apoiar a malta. Nunca tive direito a elevador, mas também nunca desmontei as 6 vezes que a subi. Afinal, o sapatinho novo não foi feito para andar no chão.

A minha segunda volta, a primeira em que descemos o single maravilha, acabou por ser a mais rápida que fiz e até ver os resultados não tinha nada essa impressão. Está visto que a rapidez que ia ganhando nas descidas de volta para volta não compensou o que ia abrandando nas subidas.

Já começo a perceber que em prova largo muito mais os travões do que nas voltinhas domingueiras, mas o que eu gostava de saber é como é que em todas as vezes que passei na última descida do single, nunca vi nenhum dos colchões que estavam nas árvores!


Ainda assim, para mim esta não era a parte mais difícil da prova. O que me fazia abrandar mais um pouco era mesmo a curva e contra-curva logo no início do single.

Um aspeto bem positivo da prova foi o cuidado com que marcaram todas os potenciais obstáculos. Além das tabuletas, as árvores com fitas ainda pintaram muitas das pedras que podiam complicar a vida aos mais distraídos.


Com o meu objetivo traçado de não ser dobrada por nenhuma das atletas à minha frente e a saber que mantinha a terceira posição logo desde a primeira volta, depois de fazer uns quilómetros na roda do meu amigo André Batista achei por bem não correr o risco de me esgotar a tentar manter-me na roda dele. O calor mantinha-se e se a rapariga que viesse atrás de mim fosse mais do género "motor a gasóleo" podia ficar apeada nas últimas voltas como já me tinha acontecido nas 3h Resistência da Amadora de 2014 em que perdi o primeiro lugar a dois kms da meta.
  

Assim sendo, mantive o meu ritmo controlado poupando-me nas subidas e largando o travão nas descidas seguindo as duas últimas voltas com o meu herói da prova: o Adelino Gonçalves. Que grande que és pá! Além de seres uma pessoa impecável ainda tens uma força que senhores... com uma máquina a sério nas mãos tu voavas e nem era baixinho!!!



Mas mais uma vez a minha inexperiência levou-me a melhor, e, por não ir a controlar o tempo que demorava em cada volta, comecei a abrandar na penúltima volta por pensar que já não ia conseguir fazer mais do que uma além dessa. Só a meio da última volta é que começo a fazer contas ao que tinha demorado na anterior e ao tempo que mostrava no marcador digital e me apercebo que afinal ainda daria para mais uma... pois... mas já fui tarde, e por cinco minutos apenas já não pude entrar na sétima volta.



Ainda assim, estou bastante satisfeita com a minha prestação embora saiba que não fui de faca nos dentes como poderia ter ido. Mas geri o esforço, moderei as paragens nos abastecimentos - e sem qualquer comida ou gel comigo não havia como as evitar - e tentei melhorar a cada volta especialmente nos pontos onde perdia mais tempo como era o caso das curvas mais apertadas (obrigada ao pessoal que me ia dando dicas pelo percurso!!!).


Fiquei feliz por levar o GDCTINCM mais uma vez ao pódio mas, na verdade, fiquei ainda mais feliz por começar a acreditar que com um pouco mais de treino e um chip mais bem configurado, eu e a minha 15kg vamos conseguir continuar a fazer melhor. Só espero que ela não fique triste por eu almejar a uma parceira um pouco mais leve. Assim como assim, a coisa parece que ainda vai demorar e a nossa relação vai continuar por mais uns bons tempos.




Obrigada SPORT ponto COME por esta prova magnífica e obrigada a cada um dos membros do staff que se revelaram incansáveis no apoio aos atletas. Obrigada a todos os que me iam incentivando e dando dicas durante toda a prova e muitos parabéns aos atletas premiados mas também a todos os outros que participaram e deram o seu melhor do início ao fim, em especial aos meus colegas de equipa.




1 comentários:

  1. Realmente foi uma bela prova com uma excelente organização!
    Tu vais afinando o motor. Daqui a uns tempos ninguém te pára! Eu vou ter que treinar a sério só para nao deixar fugir a tua roda (e ainda bem)
    BIG LIKE!
    ;)

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